sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Devolve-me

Devolve-me a calma

Que tanto demorei a ter

Dá-me paz…

Devolve-me o sono

E as noites banais sem sonhos

Deixa-me descansar…


Quero o meu tempo

As minhas lágrimas

A minha segurança

O que é meu por direito


Devolve-me o coração

Por favor…

Já não sei ser autónomo

Egoísta, ver apenas a minha pessoa…

Dá-me o orgulho que engoli por ti!

Dá-me a força que perdi!


Tira-me este medo…

De te perder mesmo que estejas perto

De te magoares mesmo que estejas bem

De agir e não me corresponderes


Devolve-me o que era

Antes de me perder em ti…

sábado, 13 de agosto de 2011

Enterrado na Possibilidade

Nunca passarei de um “se”
De uma probabilidade
De uma equação por resolver
Nesta minha amostra de vida…

Cada vez mais parado
Cada vez mais no fundo
Sinto que só perco
A cada momento e a cada segundo…

Mais pareço um artigo com defeito
Que não pode ser devolvido
O que é que agarram as minhas mãos?
Por que correm as minhas pernas?
Com que sentido olho seja para onde for?

Mas sei alguma coisa?
Não… não sei…
Sou filho bastardo da Indefinição e do Nada
E á nascença fiquei estendido num chão molhado…

Pergunto-me… Quem serei?...
Qual é a minha matéria-prima?
Será a mesma da dos sonhos ou a das miragens?

Valerá apena este momento?
Em que apenas sinto o coração devido ao sofrimento…
Porque não me contento?
Levanto-me e mexo-me por algo que me dê alento…

Sou Humano
E tenho por defeito ser conquistador
Mas não passo de um miúdo
Que por natureza tem que cair para aprender
Mesmo que não o queria aceitar…

sábado, 6 de agosto de 2011

Degraus

Dou por mim…

Parado, mas com olhar distante

Incerto, das certezas que tinha

Não paro de pensar em ti…


E no coração

Se é que ainda tenho coração

Existe um vazio…

Um nada onde tudo

É dor, lembranças, saudade…


Não deixo de estar apaixonado

Mesmo que este amor pareça trágico…


Não tenho domínio

dos meus sentidos…

dos meus membros…

das minhas reacções…


Sou um boneco

Partido…

e de cordas soltas…


será esta a dor

de um verdadeiro adeus?...

ou de uma morte eufemista?...


Esta sensação

Que decapita sonhos

e estrangula esperanças…


é um degrau muito alto

que me vejo obrigado a subir…


não sei do que tenho mais medo

se do que vou encontrar

no degrau que vou alcançar

ou o que vou deixar

no degrau que vai ficar para trás


o amor é um mistério quando estamos sós…

e uma descoberta inexplicável quando estamos apaixonados…