segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Meu querido diário...


Sofro a derrota

De um jogo que nem joguei…

Quero correr, fugir daqui

Mas nem forças tenho para caminhar…

Irei longe?


Tenho a pressão do mundo nos meus ombros

Sem poder ter escolhido nada…

Já tenho marcas para a vida

E eu ainda mal a comecei…


Eles roubam, matam…

Maltratam, desprezam…

Como se tivessem esse direito…

E o meu aonde está?!


Nasci em decadência

E ainda não vi outra realidade…

Está toda agente insana

Apenas individualidades reinam…

Há outro lugar?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sem jeito

Vem ao chamamento
Do uivo deste cão rouco
Apaga o desespero
Deste homem louco

Segue-te pelo sol…
Para seguir a tua sombra
Sorri…
Para acreditar que as estrelas brilham

Sussurra-me ao ouvido
Atentados ao pudor…
Vive comigo
Perder-nos e encontrar-nos no que para muitos fugiu…

Vamos fechar os olhos
E deixar fluir as nossas mãos
Vamos ter a certeza desta doce incerteza!
Vamos entrelaçar-nos matando a tentação deste amor…

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Miserável

Sempre que me deito na cama…
Com a esperança que o amanha mude…
Mal feche os meus olhos…
Encho-me de optimismo…

Mas é tudo igual…
Estou farto de tudo igual…
Sofro cruéis risadas dos palhaços do destino…
Alma e coração confortam-se em lágrimas de desilusão…

Pertencerei a este mundo?
Questiono a minha existência…
Não entendo e não me adapto no mundo onde estou…
Alguém me apunhale!
Para drenar a vida que não utilizo…

Passo os dias em mea culpa
Gostando de estar assim…
Desesperando por estar assim…
Quando irei mudar?
Quanto mais terei de sofrer?

Fui marcado com esta maldição…
De sonhar…
De querer viver em magia…
Fui marcado com esta bênção…
De sonhar…
Por mais que não haja magia…

Não passo de um miserável…

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Branda Loucura

Falta algo…
Mas o que?
Chama? Razão?
Sonhos? Motivação?

Tudo parece ser carne sem sal
Tudo já perde o gosto antes de começar
Serei muito exigente com a vida?
Ou não sei o que quero dela?
Talvez seja os dois… talvez ainda seja algo que não descobri…

Sei que estou desvanecendo
E pelas linhas do tempo estou-me perdendo…
Começo a achar
Que me engano todos os dias…

Que sonhos
São uma fachada
E objectivos
Algo para a mente não estar parada…

Ocupo-me
A reger-me pelo que devia ser normal…
Quero seguir o que outros seguem
Para não sentir o pânico de não me enquadrar
De perder o sentido…

Mas…
Já o estou a perder…
E o pânico? Não sinto…
Que branda loucura esta?

Se pudesse dar cor aos dias seria…
Cinzento de uma mecanização automática
Branco de tanto nada de tanto que falta…
Que quero eu?
Não paro de pensar e a pergunta é a mesma… que quero eu?
Ser feliz?
Amar e ser amado?
Dinheiro?
Decadência?
Miséria?
Não sei…
Porque é que tudo me soa a incompleto?

É para isto que vivemos?
Para procurar mesmo sem a certeza de achar?
Parece-me o mais certo
Mas também injusto…

Será a nossa forma de procurar a mais correcta?
Senão quando saberemos então?
Quando a vida me passar ao lado?
E quando vou saber o que é realmente vida?
Não sei… nunca saberei…

Animal que pensa é complicado e chato…
Pessoa falava bem
Quando falava em gatos de rua…
Que o que era bom
Era viver por instinto…
Viver da espuma do momento
Viver de instintos abertos
Tornando o lógico desinteressante…

O que me sacia?
O que me define?
O que raio ando a fazer?
Não sei quando terei a resposta…