quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sou Burro...


Os Sábios
Os verdadeiros Inteligentes
Não se apaixonam
Não caem no amor
Pois raciocinam demais
Ficam vincados nos contras

Aprendem demasiado com o passado
O coração apenas é órgão mas não tem sentido
Têm um dialecto demasiado certo
Falam e ouvem por necessidade e não porque sabe bem

A inteligência é ilusória da verdadeira felicidade
A máscara dos receosos e dos magoados

“Nunca vou amar” que falso!
“Amo-te? Nunca!” que mentiroso!
Ignoro que sou humano
Vejo-me com funcionalidade 

Que direito tenho eu
De matar uma vida
Inibindo-a de gozo, paixão, prazer e amor?
Não tenho…  

Inteligência é viver
De janelas fechadas para o medo
De portas fechadas ao doce da vida

Perdem pois apenas são plateia
De um espectáculo inesquecível
Lutar para quê?
É instintivo…

Sou Burro, Labrego, um Ignorante
Porque quero e mesmo não querendo
Caiu com prazer…
No magnífico erro de amar…










quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Morena


olhos castanhos preenchidos de “je ne c´est quoi” acompanhados por sobrancelhas fortes… nariz pequeno e delicado vive em cima de lábios feitos a pincel fino com tinta proibida, perfeitos em qualquer movimento… orelhas sensíveis envolvidas de pele suave e viciante, composta de atenciosos e doces sinais… queixo de menina, cabelo de mulher… tens ternura e és meiga, confusa e dona de um feitio agridoce… actuas como menina, chamas como mulher… em ti tens algo que ainda não sabes… pedra preciosa coberta de perfeita banalidade… andas e desfilas no meu mundo… sorris e iluminas o canto mais escuro… a tanto que não sinto o teu cheiro, mas nunca me esqueci do teu perfume… a tanto que não te toco mas conheço o mapa do teu corpo… o meu instinto leva-me ao nosso esboço, a minha razão leva-me a passar uma borracha por cima… já tivemos um ponto final mas estou preso nas reticências…

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ténue


Hoje sou papel
Deitado no chão
Pisado pelas pessoas
Molhado pela chuva

Hoje sou um velho tecido
Rasgado pelo passado
Com nódoas intratáveis
De beleza esquecida

Hoje sou incapaz
E ponho a máscara
Quero mas não peço
Espero e desespero

Sou brisa repentina
Forma esquecida
Ser incrédulo
Humano ténue