quinta-feira, 30 de junho de 2011

Baboseiras

Amor

Terna e doce doença

Tanto corrói

Como cura…

Tanto arde

Como traz uma leve brisa de frescura…


Apega-nos ao medo

Medo de perder

Uma parte de nós

Medo de perder

Quem nos acalma

Mas nos torna alguém feroz


É uma droga, um vício

Uma espécie de álcool

De que não queremos ficar livres

Não queremos ser lúcidos

Não queremos viver sem magia


Ficamos amantes

De tantos momentos

Tornamo-nos sonhadores

Daquilo que queremos


Fica-se tão diferente…

Dá a apetecer

Mudar de rumo, de objectivos

Não porque seja necessário

Apenas porque queremos


Amar

Simplesmente amar

Amar ás cegas

Amar como crianças

Estar ligado e nunca desligar


Perdemos Norte e Sul

E achamos outros caminhos

Outros sabores

Que nos agarram…


Ser a glória um do outro

Um motivo de tanto orgulho

Não ter medo das bravas marés

E mergulhar…

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Desperdício

Rumo

Vontade

Esperança

Não estão nos meus bolsos…


Não consigo ser um lutador

Porque não passo de um espectador

Dos outros que passam por mim…


Vejo-me como o fruto

Dos meus erros

Medos

Paradigmas…


Sinto-me perdido

Completamente perdido…

Mas do que preciso para ter força?

A única segurança é a minha incerteza

“Não sei”…

Encosto-me a isso nas perguntas da vida

Mas realmente…

Eu… NÃO SEI!


Não sei que fazer

Não como pensar

Não sei até como me sentir…


Todos os dias passo

Pelo arrepiante vazio

Vazio este que me desconfigura

A toda a hora

E me deixa a mercê do vento…


E fico assombrado…

Amaldiçoado de lágrimas e desculpas

Desistir…

Chega a ser tão reconfortante…

Chega a ser a única coisa palpável

Mas faz-me ficar no mesmo sitio…


Não sei que personagem

Sou neste filme…

Que importância

Tenho neste quadro…

Que sentido

Tenho nesta música…


Talvez um exemplo

Do que não se deve ser…


Apenas sou

Um corpo pesado

Sem alento

Deveras cansado…


Apenas uma forma

Que usa espaço… tempo… energia…

Um desperdício de vida…

terça-feira, 7 de junho de 2011

Viver-te

Não quero gostar...

Para depois sonhar e me decepcionar com a realidade...

Não quero envolver-me...

Entregar-me e saber da minha fragilidade...

Não quero pensar em ti...

Para ficar consumido e deixar-me levar pelo instinto...

Não quero o teu carinho...

Para merecer uma chapada...

Não quero saber da tua alegria...

Para aprender a conviver com a minha tristeza...

Não quero imaginar o que podes estar a fazer...

Para me dominar o dia e desaprender a minha independência...

Não quero isto...

Não quero viver-te...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Falta de jeito

As nossas vidas…

São duas estradas paralelas…

Sem nenhum sinal de cruzamento…

Já me encostei a tua beira…

Para ver se abrias a janela…

Mas nem olhas-te para mim…

Sigo o meu caminho mas olho sempre para trás…


Quero-te por perto…

Ouvir a tua voz…

Saber o cheiro do teu cabelo…

Desculpa a falta de jeito…

Mas não sei ser directo…

Só me atrapalho para te apanhar…


Podes ter as tuas marcas

Eu também tenho as minhas

Mas elas não me impedem de sonhar…

Fecha os olhos por um segundo

E esquece o mundo

Deixa-te ir…

Eu estou aqui… Bem perto de ti…


Quero-te por perto…

Ver o teu sorriso…

Conhecer bem a tua pele…

Desculpa a falta de jeito…

Mas não sei ser directo…

Só me atrapalho para te apanhar…


E na hora da verdade

Só saem lamechices sem sentido…

Pareço um doido mas gosto de ti…

É desculpa mais que justa…

Apenas dá-me uma oportunidade é o que te peço…


Quero-te por perto…

Quero-te agora…

Quero-te para mim…

Desculpa a falta de jeito…

Estou a tentar ser directo…

Mas atrapalho-me todo para te apanhar…