quarta-feira, 22 de junho de 2011

Desperdício

Rumo

Vontade

Esperança

Não estão nos meus bolsos…


Não consigo ser um lutador

Porque não passo de um espectador

Dos outros que passam por mim…


Vejo-me como o fruto

Dos meus erros

Medos

Paradigmas…


Sinto-me perdido

Completamente perdido…

Mas do que preciso para ter força?

A única segurança é a minha incerteza

“Não sei”…

Encosto-me a isso nas perguntas da vida

Mas realmente…

Eu… NÃO SEI!


Não sei que fazer

Não como pensar

Não sei até como me sentir…


Todos os dias passo

Pelo arrepiante vazio

Vazio este que me desconfigura

A toda a hora

E me deixa a mercê do vento…


E fico assombrado…

Amaldiçoado de lágrimas e desculpas

Desistir…

Chega a ser tão reconfortante…

Chega a ser a única coisa palpável

Mas faz-me ficar no mesmo sitio…


Não sei que personagem

Sou neste filme…

Que importância

Tenho neste quadro…

Que sentido

Tenho nesta música…


Talvez um exemplo

Do que não se deve ser…


Apenas sou

Um corpo pesado

Sem alento

Deveras cansado…


Apenas uma forma

Que usa espaço… tempo… energia…

Um desperdício de vida…

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